Rádio MPSC

Ouça a Promotora de Justiça do MPSC, Patrícia Castellem Strebe. 

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Um homem de 65 anos acusado de tentar matar a ex-namorada de 47 com um tiro em via pública foi a júri popular nesta quinta-feira (29/5) em Ascurra. Ele foi condenado a mais de 12 anos de prisão. O crime, segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), foi cometido por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e por razões da condição do sexo feminino - configurações típicas de tentativa de feminicídio. O casal teve um breve relacionamento e estava separado há cerca de três meses na data do ocorrido, em março de 2024.

A Promotora de Justiça Patrícia Castellem Strebe, responsável pelo caso, sustentou que o réu não aceitava o fim do relacionamento e, movido por um sentimento de posse, abordou a vítima enquanto ela caminhava pela rua e atirou em direção à cabeça dela. O tiro acabou atingindo a mão da mulher, que conseguiu fugir e pedir socorro. Ela sofreu ferimentos graves e precisou passar por cirurgia. "Trata-se de um crime gravíssimo, que não pode ser relativizado. A tentativa de feminicídio revela o desejo de controlar e punir a mulher pelo simples fato de ela querer seguir a própria vida. A sociedade precisa responder com firmeza a esse tipo de violência", declarou a Promotora de Justiça.

Apesar da alegação de disparo acidental apresentada pela defesa, a Justiça entendeu que havia indícios suficientes da intenção de matar, pronunciando o réu a julgamento pelo Tribunal do Júri, que condenou o homem a 12 anos e cinco meses de prisão. Ele começa imediatamente o cumprimento da pena, em regime inicialmente fechado. 

"Nós agradecemos a sociedade da Comarca de Ascurra, que deu uma resposta de justiça a este caso", finalizou a Promotora de Justiça.