Ele foi a uma loja de móveis usados com a esposa para tentar vender um fogão e nunca mais voltou para casa. Sua vida foi tirada no estacionamento do brique, com três tiros que atingiram a cabeça, o peito e o braço esquerdo. O crime ocorreu no feriado de 7 de setembro de 2022, e o autor dos disparos foi julgado na semana passada, com base na denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). 

A sessão do Tribunal do Júri aconteceu no fórum da comarca e o Promotor de Justiça André Ghiggi Caetano da Silva conduziu a acusação contra o réu. Durante uma hora e meia, ele apresentou as provas coletadas ao longo do processo e, posteriormente, usou o período da réplica para desmantelar a tentativa da defesa de minimizar a relevância e os impactos do crime. 

"Estamos aqui para defender a vida. Somos a voz da vítima e queremos garantir que ela seja ouvida pela última vez. O autor do crime não pode ficar impune; ele precisa enfrentar as consequências dos seus atos. Esse é o desejo da sociedade, representada aqui pelo Ministério Público", disse o Promotor de Justiça. 

Os jurados acolheram integralmente a denúncia do MPSC e o réu foi condenado a 18 anos, quatro meses e 10 dias de reclusão por homicídio qualificado por motivo fútil - pois o crime foi cometido por conta de uma desavença anterior - e porte ilegal de arma de fogo, afinal o revólver utilizado estava em desacordo com a legislação. 

O réu respondeu ao processo em liberdade, mas foi conduzido para a prisão assim que o julgamento terminou, graças a uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal que determina que pessoas condenadas pelo Tribunal do Júri comecem a cumprir a pena imediatamente, mesmo que ainda possam recorrer a outras instâncias judiciais. 

O Promotor de Justiça André Ghiggi Caetano da Silva finalizou dizendo que a condenação é um sinal claro de que a justiça precisa ser feita e de que a sociedade não aceitará a violência como parte do cotidiano. "É nosso dever proteger a vida e garantir que aqueles que cometem crimes respondam por suas ações".