Para o Tenente-Coronel da Polícia Militar, Ciro Adriano da Silva, a vítima precisa de um diferencial de atendimento, já que a PM trabalha com uma alta demanda, e os seus servidores saem de uma ocorrência e vão para outra, de modo que não há tempo suficiente para oferecer a atenção que a vítima merece. "Uma iniciativa como essa trazida pelo Ministério Público é muito importante para fazer esse atendimento humanizado da vítima e colocá-la no foco da nossa atenção", completa.
A Psicóloga da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI), Danielle Cadan, explicou a respeito das dificuldades enfrentadas pelas mulheres que vão às delegacias fazer uma denúncia e que necessitam de instrução criminal e jurídica. "Muitas mulheres chegam para atendimento e, em muitas situações de violência, elas estão permeadas pela desinformação quanto aos seus direitos. Essas mulheres precisam de orientação e advogados que possam entrar com ações em benefício delas", concluiu.
"As instituições de ensino podem receber essas vítimas, interligando os alunos, de maneira interdisciplinar, realizando esses atendimentos, tanto atendimento jurídico, como psicológico", ressalta o Coordenador do curso de Direito da Unisul, Mateus Bender.
Expansão do NAVIT
O projeto do NAVIT começou na capital, e sua regionalização é tratada como uma de suas prioridades institucionais. O objetivo do Ministério Público é levá-lo para todas as regiões do estado, abrangendo os 295 municípios, para dar voz, apoio e orientação às vítimas de crimes. Hoje, além de Florianópolis, o NAVIT já funciona em Lages e Criciúma. Depois da apresentação em Itajaí, será a vez das comarcas de Brusque e Joinville.
"Esse projeto de expansão desse núcleo de atendimento às vítimas de crime é necessário, para que possamos abranger cada vez mais um número maior de vítimas. A atuação na garantia dos direitos das vítimas é extremamente importante em um cenário no qual devemos nos preocupar não somente em acusar e condenar os réus em processos penais, mas, tão importante quanto, é a preocupação com os direitos e as garantias daqueles que mais sofrem as consequências do crime. Assim, o NAVIT vem com esse viés, uma gama de direitos para garantir e efetivar por meio da atuação desses núcleos", finaliza Bianca Andrighetti Coelho, Coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e da Segurança Pública do MPSC.
"Em breve, Itajaí ganhará um espaço voltado ao atendimento das vítimas de crimes. Por meio do atendimento humanizado, orientado sob a ótica jurídica, o NAVIT ofertará em conjunto com as entidades parceiras, mais proteção e acolhimento para as pessoas vítimas de crime. Para se ter uma ideia, o núcleo de Florianópolis já atendeu mais de 1000 vítimas. Agora, com a ampliação e os novos coordenadores, outras comarcas promoverão conforto e amparo às vítimas de crimes", salienta o Procurador-Geral de Justiça, Fábio de Souza Trajano.
Uma sala dentro do Fórum Universitário, no centro de Itajaí, está sendo estruturada como sede do NAVIT na região. O local já abriga o Procon e o Juizado Especial Cível. Uma residente de Direito e outra de Serviço Social atuarão no primeiro atendimento, encaminhando para as instituições parceiras se assim for necessário.