Bullying não é brincadeira: palestra alerta para consequências da prática e importância do respeito
A Promotora de Justiça Nicole Lange de Almeida Pires foi ao campus do IFSC em Palhoça para conversar com os alunos.
O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Campus Palhoça, foi palco de uma palestra sobre bullying conduzida pela Promotora de Justiça Nicole Lange de Almeida Pires, da 9ª Promotoria de Justiça da comarca, nesta segunda-feira (2/12). O objetivo foi alertar os participantes sobre as consequências do bullying tanto para a vítima quanto para o agressor, destacando a gravidade da prática, que muitas vezes pode ser tratada como brincadeira. O encontro contou com um intérprete de Libras cedido pelo IFSC, garantindo acessibilidade a todos os presentes.
A Promotora de Justiça Nicole Lange de Almeida Pires apresentou as principais características do bullying, que pode ser uma ação física, verbal, material, moral, psicológica, sexual ou virtual - o cyberbullying. Mesmo ocorrendo em diversos espaços, é na escola que essa prática mais acontece. O bullying é uma ação violenta, que causa dor, sofrimento e vergonha na vítima, perdurando pela infância e juventude e interferindo até na vida adulta.
A palestra buscou informar aos alunos que os seus atos têm consequências e que elas vão muito além da aplicação de medidas socioeducativas. O bullying pode ser enquadrado até mesmo como um crime, além de interferir na formação dos agressores e das vítimas e influenciar quem eles serão no futuro.
Após a palestra, os alunos fizeram perguntas e compartilharam casos que já aconteceram na instituição. Para a Promotora de Justiça, o encontro foi "extremamente importante e produtivo, porque Palhoça tem apresentado diversas ocorrências de bullying no ambiente escolar e os alunos puderam compreender melhor o tema e a gravidade da conduta, inclusive no âmbito criminal".
Campanha "Bullying: isso não é brincadeira"
Com o objetivo de incentivar o diálogo e o esclarecimento sobre o bullying, o MPSC realiza, desde 2017, a campanha "Bullying: isso não é brincadeira". A ênfase da iniciativa está na cultura do respeito e no combate aos preconceitos.
A palavra bullying, de origem inglesa, se refere a atitudes violentas e agressivas praticadas tanto dentro quanto fora da escola, inclusive no ambiente virtual. O bullying é praticado de maneira repetitiva em uma relação de desnível de poder, com o intuito de humilhar e intimidar as vítimas, que podem sofrer consequências psicológicas e físicas. As pessoas que são alvo de bullying podem desenvolver baixa autoestima, depressão, isolamento, agressividade, fobias e falta de envolvimento com os colegas. Nesse cenário, é importante que crianças e adolescentes sejam incentivados a exercitar a tolerância e ter protagonismo no combate ao bullying.
Em caso de bullying, busque auxílio especializado na escola. Se as ações não forem efetivas, os adultos também podem buscar apoio no Conselho Tutelar e no Disque 100. Já as escolas devem ter regras claras de combate ao bullying, desenvolver programas contra a prática e estimular discussões sobre o assunto entre pais, alunos e professores. Nem toda prática de bullying configura crime ou ato infracional (quando a ação é cometida por uma criança ou adolescente). Porém, situações mais graves, como ameaça ou dano ao patrimônio público ou privado, bem como agressão física, podem ser enquadradas dessa forma.