Para o cientista, o que nós precisamos aumentar muito nas cidades brasileiras é a solução baseada na natureza, que são as chamadas esponjas verdes urbanas. "O que é isso? É uma grande restauração florestal das cidades brasileiras, que diminui muito as inundações, os alagamentos, as enchentes, reduz a temperatura máxima, ondas de calor que são a causa maior das mortes por desastres climáticos. As esponjas verdes retêm de 20% a 30% dos poluentes, criam microclimas muito mais saudáveis, principalmente para pessoas idosas, crianças e pessoas doentes", resumiu.
Carlos Nobre destacou que é necessário realizar uma grande restauração florestal urbana em todas as cidades do Brasil. "Quando não tem vegetação na cidade, quase toda a energia radiativa que vem do sol aquece o concreto, o asfalto, fica muitos graus mais quente. Devemos acelerar políticas públicas práticas de adaptação e aumento da resiliência em todos os setores", alertou.
A Coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (CME), Promotora de Justiça Fernanda Broering Dutra, ao encerrar o evento, agradeceu ao palestrante. "Muito obrigado pela participação. Todos aqui saímos com muito mais conhecimento, e creio que também com uma boa dose de ansiedade, pois é senso comum de que as consequências do aquecimento global acontecerão mais tarde, não vão nos afetar, mas as perspectivas que o senhor nos trouxe nos apresentam a proximidade desse possível colapso, desse ponto de não retorno", concluiu.