"Eu me emocionei muito com essa conquista, porque foi um esforço nosso. Eu mesma estudei muito. Me dediquei horas, noite e dia, para fazer essa prova e tentar dar um título bom para a escola."
Com os olhos brilhando de orgulho, foi assim que Nicolly da Silva Laurindo, de 9 anos, celebrou a conquista do Prêmio Lume: Escola Referência, uma iniciativa do Grupo Estratégico de Monitoramento dos Planos de Educação, coordenado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) e o Ministério Público junto ao TCE. Nesta segunda edição, o prêmio teve como foco o desempenho na alfabetização dos alunos dos anos iniciais.
Em 2023, Nicolly e seus colegas da Escola de Educação Básica Izolete Eliza Gouveia Muller, em Blumenau, participaram da avaliação aplicada pelo Governo do Estado para medir a fluência leitora das crianças ao final do 2º ano do Ensino Fundamental. O objetivo da prova é garantir que todos os estudantes estejam plenamente alfabetizados e identificar boas práticas educacionais desenvolvidas nas escolas.
"Para nós, professores alfabetizadores, é um grande orgulho, porque recebemos essas joias brutas e vamos moldando até que se tornem preciosos diamantes. Essa turma foi muito marcante. Os alunos são muito dedicados, estudiosos, e isso só reforça nossa crença de que a educação é sempre o melhor caminho", destacou a professora Mauren Simone Krueger Schmitt, responsável pela alfabetização da turma naquele ano.
Na tarde desta quinta-feira (5/6), a rotina dos estudantes - agora no 4º ano - foi transformada por uma surpresa: a entrega simbólica do reconhecimento. Como premiação, os alunos receberam um tablet, cinco celulares e estojos de canetas coloridas, como forma de incentivo e valorização pelo compromisso com a leitura e a escrita.
A entrega dos kits foi feita em sala de aula pelo promotor de Justiça Alan Rafael Warsch, da 4ª Promotoria de Justiça de Blumenau. Ele ressaltou o papel transformador da educação e citou Paulo Freire:
"A educação sozinha não transforma a sociedade, mas sem ela tampouco a sociedade muda". E completou: "Reconhecer o esforço dessas crianças e de quem as alfabetizou é um passo essencial na construção de um futuro com mais igualdade e oportunidades".
Empolgado, o estudante Benjamin do Nascimento, também de 9 anos, destacou a importância do momento:
"Eu gosto de ler e escrever. Fazer essa prova e conquistar esse título para a nossa escola foi muito importante para mim. Nunca esquecerei".
O gesto simples, dentro da própria sala de aula, foi carregado de significado - um lembrete de que ler pode, sim, abrir portas, inclusive as do reconhecimento.
