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Uma desavença por conta de um negócio envolvendo um carro terminou em tragédia em Lages. No dia 11 de setembro de 2022, um homem foi assassinado com um tiro dentro da própria casa, no bairro Santa Cândida. Quase um ano e meio depois, o autor do disparo foi julgado e condenado por homicídio qualificado, com base na denúncia oferecida pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

A sessão do Tribunal do Júri aconteceu no fórum da comarca, reunindo familiares da vítima e do réu. A acusação foi conduzida pela Promotora de Justiça Rafaela Póvoas Cardozo Lehmann, que atua na área criminal. "Hoje é a última oportunidade que a vítima tem para pedir justiça. Quando o julgamento acabar, ela se calará para sempre", frisou. 


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Os jurados entenderam que o crime foi praticado por motivo torpe, um mero desentendimento, e isso agravou a pena. O réu foi sentenciado a 12 anos de reclusão em regime inicial fechado e não poderá recorrer em liberdade. Ele está recluso no Presídio Masculino de Lages.

Após o julgamento, a mãe da vítima comentou a dor que sente diariamente. "O autor do crime foi condenado mas continua respirando, ainda pode ver a família e um dia vai sair da cadeia, mas meu filho não volta mais. Ele simplesmente foi arrancado de mim de maneira covarde", desabafou.

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Entenda o caso

Segundo consta nos autos, o réu trabalhou na empresa da companheira da vítima e ganhou um carro como pagamento quando foi demitido. Porém, o automóvel valia mais do que ele tinha direito a receber, então ficou acertado que um determinado valor seria devolvido, o que não aconteceu. Esse contexto gerou uma série de discussões, culminando no homicídio. A vítima tinha 32 anos na época dos fatos e deixou três filhos - um deles nasceu após o crime.

"A defesa alegou que o réu agiu em legítima defesa, mas essa tese foi rechaçada, afinal naquela manhã ele foi até a casa da vítima com uma arma de fogo. Saímos satisfeitos e com a sensação de que a justiça foi feita", concluiu a Promotora de Justiça.