Vítima acompanhou toda a sessão no Fórum de Indaial. Caso relembra a trajetória de Maria da Penha, símbolo da luta contra a violência doméstica no Brasil, que também ficou paraplégica após ser agredida pelo ex-companheiro.
O crime foi registrado no município de Indaial há um ano e dois meses e o réu, um homem de 40 anos denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), foi condenado pelo Tribunal do Júri de Indaial a 18 anos e 11 meses de reclusão, em regime inicial fechado, por tentativa de feminicídio. A sessão, realizada nesta terça-feira (15), no Fórum da Comarca de Indaial durou mais de 10 horas e contou com depoimento da vítima e presença de familiares.
Suelen tinha 31 anos quando foi atacada brutalmente com golpes de faca pelo ex-companheiro, com quem manteve um relacionamento de 15 anos e teve 5 filhos. Segundo o Ministério Público, o réu não aceitava o fim do relacionamento e, motivado por ciúmes, desferiu, ao menos, quatro facadas, que deixaram Suelen paraplégica.
"Tudo mudou depois daquele dia. Estava em casa com meu filho mais velho de 15 anos, quando fui surpreendida por ele. Ele entrou na minha casa, me enforcou e me arrastou até a sala, quando pegou uma faca e me golpeou. Sangrei muito. Meu filho viu tudo e pedia o tempo todo para o pai dele parar com as agressões. Minha mãe, que é minha vizinha, tentou intervir, mas também foi agredida por ele", relembra Suelen.
Após ser esfaqueada pelo ex-companheiro, Suelen foi socorrida e encaminhada ao Hospital de Indaial, onde passou por cirurgias e ficou internada na UTI por 13 dias. Quando acordou do coma, ela percebeu que não sentia o movimento das pernas e exames de imagem comprovaram: ela ficou paraplégica. A violência extrema sofrida pela vítima lembra o emblemático caso de Maria da Penha, que também ficou paraplégica após sofrer um atentado do então companheiro e se tornou símbolo nacional na luta contra a violência doméstica.