Em Brusque, o Conselho de Sentença condenou Isaac Aparecido Nunes e Ederson dos Santos por duas tentativas de homicídio- sendo um triplamente qualificado e outro qualificado. Os jurados acolheram integralmente a tese do Ministério Público e acataram todas as qualificadoras: o uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, nos dois homicídios tentados; e motivo fútil e meio cruel no outro crime. Isaac e Ederson ainda foram condenados por porte irregular e por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, respectivamente.

O motivo dos crimes, conforme a denúncia do MPSC, foi um desentendimento com uma das vítimas, que teria se relacionado com a namorada do filho de Isaac e também por ter negado pagar uma quantia que a moça tentou lhe extorquir.

Com relação à condenação de Isaac Aparecido Nunes, a pena foi de 20 anos e oito meses de reclusão em regime fechado e um ano e seis meses de detenção em regime semiaberto. A condenação do segundo réu foi de 21 anos e oito meses de reclusão em regime fechado.

Da sentença, cabe recurso, mas, como os dois aguardaram o julgamento em prisão preventiva e o Juízo entendeu que os motivos da medida ainda persistem, não poderão recorrer em liberdade.

Entenda o caso

Na denúncia, o Ministério Público comprovou que, dias antes do delito, Paulo Roberto da Silva havia flertado com a namorada do filho do réu Isaac em um posto de combustíveis. No dia 27 de junho de 2021, Paulo e a outra vítima, Giovane Garcia Vieira, foram até a casa de Isaac para comprar drogas. Eles também queriam saber sobre as informações que estavam circulando de que Isaac estaria dizendo que os dois deviam dinheiro a ele, referente a uma suposta dívida de drogas.

Na casa, eles foram surpreendidos com a presença da moça que Paulo havia conhecido no posto. Foi quando Paulo Soube que ela, na verdade, era filha de Isaac.

A moça, então, passou a exigir dinheiro de Paulo, o ameaçando de acusa-lo de estupro à polícia.

Segundo consta na ação penal pública, com certeza "Rafaela já estava previamente mancomunada com os denunciados Isaac e Ederson para 'armar' os fatos contra Paulo, vez que ela sabia que a vítima teria cerca de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) de um acerto de saída de uma empresa".

Como Paulo recusou-se a dar-lhe o dinheiro, ele passou a ser duramente agredido pelos dois condenados, com socos e chutes. Ederson pegou um revólver 38 e, a mando de Isaac, disparou contra Paulo e Giovane. O primeiro foi atingido na cabeça e o segundo, no tórax.

Os homicídios só não foram consumados porque, segundo a denúncia, "mesmo atingidos pelos disparos, as vítimas conseguiram se evadir do local, sendo socorridos na sequência, o que impediu que os crimes se concretizassem".