O Combustível Legal conta com a parceria de seis entidades: Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), Secretaria de Estado da Indústria do Comércio e Serviço, Diretoria de Relações e Defesa do Consumidor de Santa Catarina (Procon/SC), Instituto de Metrologia de Santa Catarina (Imetro/SC), Polícia Científica de Santa Catarina e Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Na prática, o programa funciona da seguinte maneira: a partir de denúncias ou da solicitação do Promotor de Justiça, o Ministério Público catarinense requer ao Procon/SC e ao Imetro/SC a coleta de combustíveis em postos revendedores do Estado para análise no Laboratório de Análises de Combustíveis Automotivos da Universidade Federal do Paraná. Essa análise é custeada pela Agência Nacional de Petróleo. Todos os laudos são enviados aos Promotores de Justiça do local onde o posto está situado e estes avaliam a necessidade de medidas judiciais cíveis e criminais.
"É importante frisar que essa interlocução com o MPSC e a ANP permite que o Estado de Santa Catarina tenha o reconhecimento com o menor índice de adulteração de combustível. Essa parceria e trabalho integrado que inclui outros órgãos fiscalizadores tem sido destaque nos últimos anos. O Estado tem a ganhar muito com essa fiscalização integrada, sendo que o Procon/SC atua tanto nas denúncias que recebemos do MPSC quanto pedidos dos Procons municipais", enfatiza a Diretora do Procon estadual, Delegada Michele Alves. Além disso, na fiscalização a entidade também faz a medição de quanto produto sai da bomba de combustíveis para verificar se a quantidade está correspondente ao valor apontado pelo leitor. Em caso de irregularidade, o Procon/SC pode fazer um auto de infração e abrir um processo administrativo contra o estabelecimento.
Já o Imetro/SC, além de verificar os parâmetros de comercialização de combustível relacionadas à quantidade, é responsável pela coleta de duas amostras de uma mesma bomba de combustível. "A primeira amostra, chamada de `prova¿ é entregue pelo Imetro estadual para o Laboratório de Análises de Combustíveis Automotivos, e a segunda amostra, a `contraprova¿, é deixada no posto, sendo normalmente o gerente, ou outro responsável, o fiel depositário. Na ocasião das coletas, também são realizadas as fiscalizações das bombas medidoras de combustíveis líquidos a fim de verificar se estão entregando a quantidade total informada no display da bomba", explica a Técnica em Atividades de Fiscalização e Gerente de Metrologia Legal do Imetro/SC, Marilânia dos Santos.
Durante as fiscalizações conjuntas, a SEF verifica a regularidade dos estabelecimentos quanto ao recolhimento do imposto estadual e ao cumprimento das obrigações acessórias. De acordo com a Auditora Fiscal da Receita Estadual Camila Martelo Giovanelli Gaspar, a instituição também monitora e acompanha a constituição de crédito tributário com base em informações ou indícios de sonegação fiscal ou descumprimento de obrigações. "A fiscalização da SEF e do MPSC no setor de combustíveis ajuda no combate à sonegação fiscal, fortalecendo a concorrência leal ao impedir que empresas irregulares obtenham vantagens indevidas. Isso promove um ambiente de negócios justo, onde todos cumprem as mesmas regras. Além disso, promove arrecadação tributária, convertendo o esforço em investimentos públicos", diz.
"A Polícia Científica de Santa Catarina enfatiza a relevância de sua colaboração com o programa Combustível Legal no combate e na prevenção de crimes em nosso Estado. Essa parceria representa um esforço conjunto para coibir infrações que afetam a ordem econômica, as relações de consumo e as normas de segurança. O termo de cooperação técnica assinado em 2024 com a PCI possibilitará a aplicação de análises laboratoriais de combustíveis nas investigações criminais. A colaboração entre as instituições é fundamental para garantir a segurança e a integridade do sistema. Estamos dedicados a utilizar as melhores práticas científicas para promover a justiça e proteger nossa sociedade", afirma Douglas de Oliveira Balen, Perito-Geral Adjunto.
O Combustível Legal foi implementado em 2003 por meio do Termo de Cooperação Técnica n. 20/2003. Na época, a iniciativa foi lançada pelo então Coordenador do CCO, Fábio de Souza Trajano. Ele atualmente ocupa o cargo de Procurador-Geral de Justiça. O acordo que deu origem ao programa foi renovado em 2010. Quatorze anos mais tarde, em 2024, um novo acordo de cooperação técnica foi firmado com o objetivo de ampliar a atuação conjunta na fiscalização de combustíveis no Estado. A partir de então, além do MPSC, do Procon Estadual e do Instituto de Metrologia de Santa Catarina, duas novas instituições tornaram-se parceiras da iniciativa: a Secretaria de Estado da Fazenda e a Polícia Científica de Santa Catarina.
As instituições se comprometeram a enviar documentos e informações referentes às suas atividades que possibilitem uma melhor atuação cooperativa entre os órgãos, relatar irregularidades na produção, distribuição e comércio de combustíveis e priorizar o trabalho conjunto nas operações de fiscalização e coleta de combustíveis para análises laboratoriais ou periciais.