PostUm homem que tentou matar a ex-companheira e atingiu a irmã dela durante a ação foi condenado a pedido do Ministério Público de Santa Catarina, em sessão do Júri realizada em Santa Cecília. Ele foi sentenciado a 18 anos e oito meses de reclusão por tentativa de homicídio triplamente qualificado (feminicídio, motivo fútil e meio cruel) e a três meses e 15 dias de detenção por lesão corporal.

Os fatos aconteceram no bairro Alto Bonito, em Timbó Grande, no Planalto Norte. O réu Eduardo Eziquel da Luz não podia se aproximar da ex-companheira, pois estava sob medida protetiva justamente por tê-la agredido semanas antes, na frente das duas filhas, então com quatro e oito anos, com socos que causaram lesões no olho, pescoço e orelha.

Mas ele descumpriu a determinação judicial, e na noite de 31 de julho de 2021 foi até a casa novamente, dessa vez com uma espingarda, dizendo que mataria ela e o novo namorado:  "Se você não ficar comigo não vai ficar com mais ninguém, eu vou matar vocês dois", teria dito.

Eduardo disparou contra a ex-companheira e usou o cano da espingarda para agredi-la. O laudo pericial apontou ferimentos na cabeça, na mamária e na mão esquerda. A mulher sofreu traumatismo crânio encefálico grave, mas sobreviveu graças ao atendimento médico. Ela chegou ao hospital em coma e teve que ser submetida a intubação e ventilação mecânica.

Mais uma vez, todo o episódio foi assistido pelas duas filhas do casal. Elas tiveram que fazer tratamento psicológico para lidar com a situação. Parte do relatório foi lido pelo Promotor de Justiça André Ghiggi Caetano da Silva durante a sessão do Júri. "Ao ver a mãe com sequelas devido as agressões, cabelos raspados, mais magra e com dificuldades para falar e se movimentar, uma das meninas chorava e dizia que aquela não era sua mãe, era outra mulher. Que a mãe havia sido morta pelo pai", explicou.

O réu fugiu do local no dia dos fatos, mas foi localizado pela polícia dias depois. Ele permaneceu preso preventivamente até o dia do julgamento e teve o pedido para recorrer em liberdade negado pela Justiça.

Foto: O Promotor de Justiça  André Ghiggi Caetano da Silva atuou na sessão do Júri.