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Em sessão que lotou o Tribunal do Júri de Chapecó, o motorista bêbado que usou o carro para matar um adolescente atropelado e tentou matar outro foi condenado pelos jurados, que acolheram a tese apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). O réu foi sentenciado a 18 anos e oito meses de reclusão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, perigo comum e recurso que dificultou a defesa da vítima, e por tentativa de homicídio triplamente qualificado pelas mesmas qualificadoras.  

O motorista também foi condenado por crime de trânsito por dirigir embriagado e deverá cumprir seis meses de detenção, em regime aberto. Os crimes ocorreram no dia 20 de novembro de 2021.  

Conforme a denúncia, na madrugada do dia do crime, por volta das 2h30, em um clube na SC-480, o réu, que estava bêbado e teria consumido drogas, participava de uma festa particular. No local, acabou se envolvendo em uma briga, que gerou uma confusão generalizada com diversas pessoas, que acabaram por danificar o veículo dele. 

Ao sair das dependências do clube, o condenado afirmou que iria buscar uma arma, pois "mataria todo mundo". Em seguida, arrancou bruscamente com o carro, jogando-o para cima das pessoas que estavam no local, momento em que danificou um automóvel que estava próximo. 

Assim que saiu do clube, em uma via que dá acesso à SC-480, o réu, em velocidade excessiva e incompatível para o local, com intenção de matar, invadiu a pista contrária e foi de encontro a um grupo de jovens que caminhavam pela margem. Neste momento, ele atropelou dois adolescentes, causando a morte de um e ferimentos no outro. 

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O Promotor de Justiça Moacir José Dal Magro, que representou o Ministério Público na sessão que ocorreu na última terça-feira (13/9), para comprovar a tese de homicídio doloso, explicou para os jurados que o condenado usou o carro como arma com o objetivo de matar os adolescentes.

Após o crime, o réu fugiu do local sem prestar qualquer socorro às vítimas, apresentando-se apenas no outro dia na delegacia de polícia. 

Familiares e amigos das vítimas participaram da sessão 

A irmã do adolescente que foi morto acompanhou o julgamento, juntamente com outros familiares e amigos das vítimas, e relatou que todos esperavam que a justiça fosse feita. "Nós ouvimos muitas distorções da verdade na sessão, e agora esperamos que ele pague por toda dor que ele trouxe para nossa família", ressaltou.  

Recursos  

Da sentença cabe recurso e o Ministério Público de Santa Catarina recorrerá para que a pena seja aumentada, pois considera que a sanção imposta foi injusta. 

Já ao réu foi negado o direito de recorrer em liberdade, pois encontra-se em prisão preventiva.